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quinta-feira, 10 de março de 2011

Pobre Santo Antônio

Filha mais velha só se f@$&. Minha mãe acaba de me ligar aos berros dizendo que é um absurdo eu estar sendo conivente com o divórcio da minha irmã. Ela acha que, como irmã mais velha, eu deveria aconselhá-la a manter a família que tinha decidido construir com Rodolfo. Eu fui obrigada a escutar um “mas também, o que esperar de uma irmã mais velha que é um péssimo exemplo. Só quer saber de curtição, farra e não assume um namoro sequer”. (O que é uma injustiça, diga-se de passagem).

Só minha mãe não percebeu que o casamento de Cissa tinha acabado antes mesmo de começar. Os dois eram completamente diferentes. Não dá nem pra dizer que eram como água e óleo, já que esses quando esquentam e agitam dão até uma misturinha boa. Eles eram pior que Eduardo e Mônica, até porque esse casal do Legião Urbana deu certo.

Talvez esse tenha sido o problema. As pessoas precisam entender que nem tudo que funciona em músicas, filmes e novelas dá certo na vida real. Mas Cissa, na sua fase adolescente apaixonada, resolveu investir. E na época, assim como hoje, eu apoiei porque acredito que as pessoas devem tentar ser felizes. A felicidade não está em momentos eternos. Ela está nas pequenas coisas, nas boas recordações. Ela foi feliz com Rodolfo, agora será feliz com uma nova vida independente e cheia de desafios.

No fundo, a única pessoa que tenho pena é do pobre coitado do Santo Antônio. Dona Maria das Dores não está nada feliz com o estado civil de suas três Marias. Uma noviça, outra divorciada e euzinha aqui solteira convicta. Acho que colocar Santo Antônio de cabeça para baixo será pouco este ano. Minha mãe vai torturar o coitado. Capaz que desde que minha irmã foi para Salvador que mamis começou a fazer promessa, novena, acendeu vela.

Alguns pais insistem em querer que seus filhos tenham os mesmos sonhos e planos de vida que eles tinham na nossa idade. Mas a vida muda, a realidade é outra. Não sei nem se precisamos mesmo saber o que queremos da nossa vida. É preciso mesmo bater o martelo e traçar um único objetivo? Não dá para voltar atrás, ou fazer uma curva no meio do caminho? Pegar um atalho, sei lá! Às vezes essa coisa de grande amor, que as mães querem tanto que seus filhos (e principalmente filhas) encontrem, está nessas bifurcações que ninguém se atreve a encarar.

Eu vou seguindo o caminho que escolhi e vou torcer para que Dona Maria das Dores não seja muito cruel com Santo Antônio, ele não tem culpa de nada. Desde já peço perdão viu santidade casamenteira. Eu já tentei explicar mil vezes, mas ela não me escuta.

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