Quer ler sobre o quê?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Se ele não te faz cafuné, não case.

Mais uma semaninha começou e até então 2011 tem me reservado bastantes surpresas, umas boas e outras nem tanto. A deste domingo eu acredito que se encaixa na segunda opção. O dia estava meio chuvoso, a Paula de ressaca (nós fizemos as pazes, depois eu conto como foi), então eu achei ótimo quando minha irmã Maria Cecília me ligou chamando para almoçar porque seu marido ia jogar futebol no playstation com os amigos. Nossa outra irmã, Maria Fernanda, também estava livre e aproveitamos para fazer um encontro das três Marias.


Eu não sei se minha mãe resolveu colocar nossos nomes de Maria inspirada na música de Milton Nascimento acreditando que nós teríamos a estranha mania de ter fé na vida. Atualmente acho que isso não tem acontecido com nenhuma das três, principalmente com Maria Fernanda, nossa irmã mais nova, que depois do seu último namoro decidiu que seria freira. Ela apareceu aos prantos no nosso almoço porque a melhor amiga dela ia casar e ela não. Eu achei que ela já sabia que não casaria quando entrou para o noviciato, mas pelo visto quando disseram para ela que as religiosas casam com Jesus ela imaginou algo como o namorado da Madonna.

Essa menina chorava desesperada dizendo que o mundo era injusto e que ela iria ficar encalhada pro resto da vida. Isso porque ela tem apenas 20 anos e, até então, estava decidida a dedicar sua vida a Deus e ao próximo (será que era ao próximo homem que aparecesse?). Eu disse a ela que se alguem tinha que ficar desesperada aqui era eu que tinha 25 anos, estava solteira e não tinha nenhuma previsão namorística na minha vida, mas ela só parou de chorar mesmo quando a Cissa disse que a melhor coisa que a gente fazia era permanecer solteria. Esse foi um momento tipo “Parem as prensas, o casamento da minha irmã está em crise”.

Maria Cecília tem 23 anos e casou aos 20, no meio da faculdade. Tenho que admitir que foi traumático na época ver minha irmã mais nova que eu casando antes de mim, mas hoje já superei a crise (eu acho). Ela e Rodolfo eram um casal meio esquisintinho, quase como Eduardo e Mônica, só que ele era, pelo menos fisiológicamente, mais velho que ela. Só sei que quando ele passou em um concurso público a primeira coisa que fez foi pedi-la em casamento. Eu pensei que apesar das diferenças eles se davam super bem, só que depois dessa declaração bombástica a atenção saiu da Mafê direto pra Cissa.

Na hora eu e Mafê perguntamos juntas “O que aconteceu?” e ela desandou a falar. Reclamou que ele não crescia, chegava para fazer carinho nela e já ia direto com a mão nos peitos, só pensava em sexo, que nunca fazia um cafuné nela e blá, blá, blá. Claro que como irmã mais velha a primeira coisa que fiz foi dissertar uma lista de defeitos do Rodolfo e ajudá-la a meter o pau no meu cunhado. Mas tenho que confessar que depois fiquei pensando. Ele está agindo exatamente do jeito que sempre agiu. E foi assim que mais uma vez eu comprovei que nós mulheres somos completamente idiotas.

Se um cara nunca te fez um cafuné na vida, o que faz você pensar que depois de casar ele fará? A época da conquista é antes do casório, depois disso o homem se mostra exatamente como é e ai, minha filha, é ladeira abaixo. Principalmente porque depois de casar ele ja terá sexo, comida e roupa lavada. Ou seja, para que ele vai se esforçar se tudo que ele gosta já está ali facíl, facíl na frente dele? Por tanto, se o seu namorado, noivo ou afim age de um jeito que você não gosta, ou não faz as coisas da forma como você queria, aproveite para pesar essas atitudes antes de casar e decida se realmente vale a pena. Porque defeito, meu amor, é igual a cabelo branco: depois que você encontra um, pode ter certeza que vários outros aparecerão. E não adianta arrancar que nascem três no lugar. Ai, nesse caso, só restam duas opções: ou você assume a grisalhisse, ou pinta o cabelo e finge que nada acontece.

O fato é que, a maior burrada que uma pessoa pode fazer é começar qualquer relacionamento acreditando que o outro vai mudar. Ninguém muda assim tão fácil, ninguém é perfeito, todo mundo tem defeitos e contos de fadas só existem no universo da Disney. Eu acho inclusive que esse é o motivo de eu estar solteira até hoje. Sou expert em achar cabelos brancos e não tenho saco para ficar pintando. Se um cara começa com chatisse demais eu caio fora na hora. Todo mundo diz que eu tenho que ser mais tolerante, eu até já pedi isso quando fui a missa, mas eu tenho que adimitir que quando vejo pessoas como minha irmã fico até com preguicinha de começar a namorar. Talvez eu esteja um pouco incrédula com tudo isso de amor e tals, pode ser efeito da dor de cotovelo, mas hoje não acredito que essa vida seja para mim. Eu acho que mereço mesmo a solidão, pelo menos por enquanto. Talvez eu tenha o espírito dessas mulheres feministas e independentes, que vivem muito bem sozinhas e não precisam das coisas que todo mundo acredita ser fundamental para uma mulher, como marido e filhos. Só precisa de uns beijos na boda de vez em quando. Afinal de contas "a carne é fraca".

Nenhum comentário:

Postar um comentário