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segunda-feira, 21 de março de 2011

Se for para amar que seja real, que seja possível, que seja palpável


Adoro blogs (novidade!!) e adoro o blog da Lia Bock. As coisas que ela escreve às vezes parecem tão minhas. Mas eu não me vi no seu último post “Feliz para sempre!”. Não porque eu não seja feliz, pelo contrário. Sou muito. É que ela defendeu a teoria do “amores impossíveis sempre dão certo”. E eu tenho que discordar da Lia quando ela diz que “o amor quando é impossível não machuca, não destrói e não tem final feliz exatamente porque não tem final”.

Para começar, amor impossível machuca e destrói sim. Não importa se ele é impossível porque o carinha (ou a carinha) tem outra (ou outro), porque existe uma distância quilométrica entre os dois, por incompatibilidade de gênios ou simplesmente porque o amado (ou amada) não existe. De todas as formas ele vai doer.

Amores platônicos nos consomem, nos corroem. Fazem com que criemos expectativas. E, em se tratando de relacionamentos, não existe nada pior do que esperar.  É exatamente nessas horas que nos frustramos. As histórias irretocáveis que criamos a partir de um olhar, de um beijo, de um sorriso, de um tweet, são muito arriscadas. Elas já vêm com 99,9% de chances de decepção. Isso porque a outra pessoa envolvida não sabe o que se passa na nossa cabecinha romântica e apaixonada.

Serão litros de lágrimas, e milhares de declarações de arrependimentos. Sofreremos porque ele partiu (ou nem mesmo veio), nos traiu sem saber, e odiaremos todos aqueles defeitos que sempre existiram, mas que nunca cogitamos considerar. Eu sou do tipo de consegue ter ciúmes daquilo que nunca foi meu. Invento histórias e diálogos que me derretem e me fazem sonhar. Afinal, como disse Lia “ninguém melhor do que nós mesmos para escrever as palavras que nos tocam e mostram o ponto exato da nuca onde turn it on”. O problema é que essas palavras podem nunca sair da boca da pessoa amada. E é nessa hora que o coração quebra e o cotovelo dói.


E essa história de que amor impossível não tem final feliz exatamente porque não tem final é muito triste também. Se for para amar que seja real, que seja possível, que seja palpável. Mesmo que seja por uma hora, por um dia, por uma noite, por uma semana, um mês, uma vida. Não importa. O que eu quero é que os amores da minha vida tenham um começo, um meio e um fim. Feliz ou não. O final é o que menos importa. Quero é aproveitar o desenrolar de tudo. Com todas as brigas, crises, desejos, juras de amor, sorrisos e lágrimas. Não quero dar um adeus ao que poderia ter sido. Quero dizer que tentei, que amei, que lutei...E, se e quando o final chegar, quero ter a certeza de que fui feliz e continuarei sendo.




Às vezes calha da escolha não falhar

Às vezes rola do espaço não se espalhar


Um comentário:

  1. ei duda! Adorei seu texto! Amores reais são o que me mantém viva. Mas, às vezes, quando eles doem, lembro do amor gostoso que vive só na imaginação (não platônico, mas inventado mesmo!). Lindas suas palavras. bjão

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