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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

É impossível ser feliz sozinha?

Ultimamente poucas coisas têm me causado mais pânico do que reuniões familiares, daquelas que juntam todas as gerações ainda viventes. Vai chegando o dia do encontro e já começa a suadeira na mão, a taquicardia, a dor de barriga... Vou te contar uma coisa: enfrentar um batalhão de tias-avós sendo a última solteira na faixa-etária dos 20 é realmente uma tarefa árdua. O pior é que não conto com o apoio nem da minha mãe, nem das minhas irmãs, que também acham que eu preciso encontrar o grande amor da minha vida.

Este fim de semana teve o noivado de mais uma prima. Foi aquele almoço que dura o dia inteiro, todo mundo bebe, fala bobagem e aponta os problemas alheios (porque assumir os próprios problemas ninguém quer, né). Foi ai que o bicho pegou. O principal problema do dia foi o meu encalhamento. Todo mundo está achando que eu estou com algum problema por estar solteira e prestes a fazer trinta anos. Teve uma tia-avó minha que sugeriu me levar em uma benzedeira. “A Maria Eduarda já namorou tanto. Agora ela não acha mais um homem que preste. Isso só pode ser mau-olhado”. A outra quer me levar na missa de Santo Antônio e uma me deu uma imagem de São José e disse que eu tinha que pedir todas as noites para encontrar um bom marido.

Deus deveria punir essas pessoas que ficam incomodado seus santos com assuntos tão banais. Todo mundo está surtando com o fato de eu estar solteira, mas ninguém lembra de me perguntar como eu estou me sentindo com isso. Eu, aliás, pretendo permanecer nesse estado civil por um longo e duradouro período. Que mania chata é essa que as pessoas têm de achar que mulher não pode ficar sozinha e que tem que arrumar marido cedo. É como se a gente já viesse com prazo de validade.

Outra coisa que me irrita é esse papinho de encontrar O grande amor. Já namorei tanto nesta vida e cada um deles foram meus GRANDES AMORES. Cada um na sua época e cada um com seu motivo. Nenhum foi mais nem menos importante que o outro. De todos eles eu aprendi alguma coisa e virei quem eu sou hoje. Inclusive foi graças a todas as minhas histórias fracassadas (?) de amor que descobri a importância de ser feliz comigo mesma, de me bastar. De que adianta estar com alguém e não se sentir feliz e completa? Já fui do tipo que tinha pavor de ficar sozinha (e por isso mesmo emendava um namoro no outro), mas de um tempo para cá eu descobri que a Duda é uma excelente companhia para a Maria Eduarda (entenderam?). Acho que todo mundo deveria ter essa experiência de se conhecer sozinha, porque dessa forma fica muito mais fácil se relacionar com qualquer pessoa (pai, chefe, amigos, amores). Não existe nada melhor que (re)conhecer seus próprios defeitos (e qualidades) para ter uma boa vida em sociedade.

Cansei de namorar por namorar, e não quero casar por casar. Quando (e se) eu casar, espero que seja para sempre (sim, eu acredito nesse clichê). Mas eu não quero fazer disso a coisa mais importante da minha vida. Nem muito menos quero colocar casar na minha lista de coisas para fazer antes dos 30. Além do mais, eu tenho um coração em processo de recuperação. Melhor deixar as feridas cicatrizarem primeiro. Não sou do tipo que desiste de andar de bicicleta só porque caí, mas não encaro uma pedalada com a perna engessada.

Um comentário:

  1. Bom...

    Primeiramente preciso te dizer q as pessoas NUNCA desistem! É frustrante, mas é verdade! Qdo vc tá namorando, perguntam qdo vc vai casar, depois qdo vem o filho, qdo vem o 2º... ARGH! Pq cada um não cuida da sua própria vida?

    Segundamente, vc pode começar a fazer como eu fiz! Em todo casamento, minhas parentas desocupadas (leia-se tias e tias-avós) me perguntavam "E aí? O próximo é o seu?"! Dei um basta qdo comecei a perguntar a mesma coisa pra elas nos velórios...

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