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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ah os homens-porta!

Os seres humanos são realmente inacreditáveis. Eu trabalho no RH de uma empresa de comunicação e como 2011 foi um ano de mudança de governo, a direção da empresa solicitou “encarecidamente” que ninguém tirasse férias, nem recesso, no fim de ano para não prejudicar a cobertura da posse da primeira presidente do país. Entendido o recado, os jornalistas daqui, que não são bestas nem nada, começaram a se programar para tirar suas férias juntando com o carnaval e a semana santa. Pobre do patrão que achou que ia se safar numa boa dessa de deixar todo mundo trabalhando na virada do ano.

Pois bem, na semana passada contrataram uma menina nova para o setor de passagens. Sabe como é, de vez em quando os jornalistas precisam viajar para cobrir os bafafás que acontecem fora do Distrito Federal, e alguém tem que correr atrás das passagens mais baratas, dos horários mais impróprios e dos hotéis mais fuleras. A criatura, vendo essa movimentação toda de revezamento pra recesso e férias resolveu falar diretamente com seu superior para saber quando chegaria a vez dela escolher que recesso ela tiraria junto com as férias. Inacreditável não? Eu estava feliz vendo as fofocas na internet quando começou a gritaria na sala ao lado. A menina ficou indignada ao descobrir que ela iria folgar apenas nos dias previstos de feriado. Queria de toda forma direitos iguais. Resultado: perdeu o emprego. Nunca na minha vida eu tinha visto uma carteira de trabalho com tão pouco tempo de assinada.

Existem pessoas que não tem a menos noção do que é ser adulto né? Ou tem, e fogem disso.  Crescer é bom, ser independente é ótimo, agüentar patrão é uma merda. Mas se a gente não passa por isso, é como se não vivêssemos. E pra dizer bem a verdade, não tem nada melhor que juntar a peãozada num happy hour e falar tudo aquilo que odiamos no chefão né? A raiva pelo patrão une o proletariado, faz surgir romances, paixões, erros...Faz a vida andar.

Quando decidir sair de casa, eu sabia que não seria fácil. Mas não tem pindaíba no fim do mês que me faça desistir da minha liberdade de ir e vir. De errar e acertar. De querer e desistir. A partir do momento em que você paga as suas contas você vira também dono do seu nariz. Não entendo, sinceramente como tem gente com vinte e poucos anos que tem orgulho de viver de mesada do pai. Por favor. Tem coisa pior que o cara pagar o motel com o cartão da mãe? Dá uma vergonha quase broxante né? Outro dia resolvi largar meu ódio temporário dos homens e aceitei sair com um carinha assim. Gatinho, gente boa, mas desisti quando perguntei o que ele achava da confusão toda do Mubarak e ele me disse que ainda não tinha decorado o nome de todos os participantes do Big Brother Brasil. Quase digo a ele que colocasse “criar cérebro” como item número um da lista de coisas para fazer antes dos 30. Decepcionante, mas a vida é feita de tentativa e erro. Um dia eu grito bingo.

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