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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Surtos Dudisticos

Sinceramente. O que as pessoas esperavam da minha geração? Um monte de meninas que sonham com um príncipe encantado, acreditando no amor eterno, no felizes para sempre?

Por favor, né. Crescemos escutando É o Tchan, Terra Samba, Mamonas... Tiazinha e Feiticeira são ícones da minha pré-adolescência. A gente dançava "Tchuthcuca vem aqui com seu tigrão, vou te jogar na cama e te dar muita pressão" nas festinhas de 15 anos. "Ela gostou do rala-rala, viu a boca da garrafa, não aguentou e foi ralar".

É lógico que 90% da minha geração acha que sexo é mega importante num relacionamento. Aliás, é de se esperar que nem se acredite em relacionamentos. Acabaram com os contos de fadas.

Reclamam que o sexo hoje está super banal.

Queridos pais, desculpem, mas a culpa é de vocês. Foram vocês que nos vestiram com shortinhos da Carla Peres e nos filmavam dançando "vem na pegada do bambo-bambo, do bambo, do bambolê". Agora aguentem.

Dona Maria ontem veio dizer que se a gente se preocupasse menos em achar um cara bom de cama e mais em achar um cara que nos respeite, nenhuma de nós estaria encalhada.

Primeiro de tudo: eu não coloco ser bom de cama como prioridade para sair com um homem. É obvio que o que mais quero é um homem que me respeite e valorize. Que seja meu companheiro, meu amigo, meu confidente. O problema é que esse homem não existe.

E sim, se eu saio com o cara e acho o beijo uma merda eu não sairei com ele de novo. Para quê? Por caridade?

Acredito que o amor pode até ser construído com o tempo, mas afinidade, pele, química...Isso ou a gente tem, ou mão tem. E se não tiver, não tem amor que sustente um relacionamento. Aliás, amor sem química é AMIZADE. E isso eu tenho o suficiente.

Pensando bem, talvez esse seja o problema. Tá difícil achar aquela química perfeita que faz borboletas aparecerem no estômago, o coração disparar e que num passe de alquimia transforma tesão em amor.

De qualquer forma eu não aguento mais essa pressão para o desencalhe. Eu não acredito em homem nenhum mesmo. Por que eu iria insistir em ficar com um deles?

O que Dona Maria não entende é que minha geração está de olhos abertos. Sofremos muito descobrindo que   os príncipes encantados não existem. Talvez o feminismo tenha nos deixado menos românticas, mas o que esfriou nossos corações não foi esse movimento de direitos iguais entre homens e mulheres. É que hoje é mais fácil descobrir traições, mentiras...E chega uma hora que a gente cansa de deslizes. Por isso tanta mulher solteira com namorofobia. No fundo, é medo...Não de tentar, mas de ter o mesmo resultado.

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